A inteligência do silêncio rege a mais absoluta presença do nosso controle emocional, e seu efeito é algo extraordinário, mas na maioria das ocasiões sua ausência é tão sentida que chega a ser cômico. Eu mesmo já quebrei o silêncio com palavras inadequadas ao momento, e quando cheguei em casa me envergonhei, calado eu teria falado muito mais. Fui a um velório, abracei um amigo que havia perdido a mãe, e perguntei, tudo bem? E ele disse, sim, coisas da vida. Quanta insensibilidade da minha pessoa, abraçar alguém que perdeu a mãe, e fazer uma pergunta desse tipo. E mais surpreendente ainda foi a reposta dele, naquele momento um abraço sem palavras, seria a presença da inteligência do silêncio. Em uma visita hospitalar, na cama uma senhora contando as horas para se livrar da dor, a presença de parentes e amigos, e a certeza de que ela morrerá. Uns choram, outros comentam como fica a filhinha de seis anos, e alguém vai até a cama abraça aquela mãe nos momentos finais da vida, e diz: Cal