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Os Olhos da Caveira


 

 


Um homem entrou em uma densa floresta para fotografar árvores mortas, ou envelhecidas, geralmente elas têm aparências reveladoras e mensagens a quem tiver sensibilidade de entender. Depois de alguns minutos embaixo da copa verdejante, parecia que a noite nascia mais cedo naquele lugar; tirou do bolso um pequeno relógio de prata que recebera de presente de sua filha, e verificou o tempo. 


Era a hora enigmática e misteriosa em que muitos postais se abrem, dezoito horas, os ponteiros de braços abertos pareciam um convite ao tempo. Viu uma árvore gigantesca e armou sua tenda embaixo dela, o vento frio que balançava as árvores se assemelhava a neve quando cai sobre os picos dadas colinas, e ele resolveu apreciar aquele fantástico momento que a natureza lhe oferecera.

 

O claro da lua começou a iluminar o lado oposta à sua tenda e ele foi até lá fotografar os desenhos das sombrasAlgo com aparência de uma pequena bola branca chamou sua atenção; ao se aproximar avistou uma caveira em cima de um tronco, de tão branca e de ossos polidos pelo tempo, parecia um boneco de neve. Chegou bem pertinho e ficou impressionado com o que via. 


As mãos esqueléticas um pouco acima dos ombros, seguravam dois olhos com a negritude de um corvo e terrivelmente assustador de vivos e brilantes. O homem com uma lanterna ilulminou os globos oculares em em ambos ainda haviam vetigios de lágrimas; o que explicaria aquela caveira com os olhos intactos, puro mistérios. 


Voltou para a tenda mas não conseguiu dormir, a meia noite um grito de terror quebrou o silencio da mata, ele abriu um pouquinho a tenda, e viu um pássaro gigante substituir os olhos da caveira; ele decidiu ir ao encontro do pássaro e ignorando a gia perguntou; o que isso representa? 

-Esa caveira passou a vida inteira olhando seus próprios problemas, sem nunca tirar um tempinha para ver o mundo do jeito que é, insano, egoísta e desigual.


Ela também não foi diferente, poderia ter vivido seu próprio mundo e ainda teria contibuído para bons momentos de muitos outros seres. Agora seu castigo, é esperar que o mundo adquira uma visão solidária para que ela possa viver em outra dimensão.


Os olhos que vêm o mundo eu os tragos todas as noites para ela, mas quando os recebe grita de desengano, a cada dia a maioria olha apenas para si, e não consegue enxergar o imensurável universo das diferenças, para depois fazer um análise sensato de seu próiprio mundo. Por isso ela grita: não tem previsão de liberdade, tal qual a todos os que estão presos em seus inconscientes mundos, e a maioria pederá até morrer sem viver o que a vida lhe oferece. 

 

“O conhecimento é um farol na escuridão” 

 

Antônio Lopes Bezerra 

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