A Mãe e o Monstro




A vida desde o princípio tem sido um enorme desafio, e mesmo com tantas dificuldades de convivência e sobrevivênca, não existia tanto medo quanto agora. Vivemos sob a sombra da incerteza, e a morte nunca foi uma ameaça a vida, a sua maior persiguição é a insanidade. Em um mundo distante surgiu uma senhora da cor da terra. Solitária, de altura incomun e grandiosa em bondade, teve uma ideia genial. Com cipós teceu um enorme cesto e passou a recolher e proteger filhotes orfãos, em uma caverna entre árvores e arbustos construiu um abrigo para eles,

Em suas caminhadas encontrou meninos e meninas em perigo, e passou a cuidar do humanos também. Meses depois apareceu um monstro que passou a persegui-la, puxuva alguns filhotes por entre as malhas do cesto e tentava devorá-los, mesmo carregando tanto peso nos ombros ela lutava contra o monstro. Alguns nativos as vezes presenciavam a luta, mas não se envolviam temendo alguma reação. Depois surgiram muitos outros e ela teve que abandonar o abrigo e vagar na terra carregando o enorme cesto sobre os ombros.

Cansada e triste, chorou tanto que suas lágrimas se transformaram em lagos e rios na Terra. Mas ela não desistiu de lutar, e continua peregrina tentando salvar vidas. Os monstros se multiplicaram, e muitos deles passaram a monitorar a ausência de pais e mães para sacrificarem seus filhotes. Naquele tempo os nativos não possuiam os recursos que existem hoje, a comunicação. Precisamos nos unir e pedir proteção, lutar com inteligência e sem violência para tentar parar os monstros na Terra.

Aquela mãe que carrega o cesto chio de filhotes, somos todos nós. Perece que as lágrimas dela estão mais fortes, as inundações estão ficando fora de controle mas existe explicações para tudo, são poucas as pessoas que associam tantos dasastres como um alerta ao mundo, a grande maioria entende que são apenas causas naturais. Necessitamos de sabedoria e coragem para enfrentar as surpresas que ainda estão por vir.

A terra vai abrir, inundações, vendavais, nevascas, incêndios, e mais monstros surgirão. A proteção não pode ser individual, quando tais fenômenos acontecerem somos todos em um planeta sucumbindo com o peso da maldade, desigualdade e ignorãncia. A senhora com o cesto cheio de filhotes não os via pela cor nem beleza, os olhos do amor fazia com que ela enxergasse todes eles, precisamos nos unir em prol do bem, essa luta é de todos nós.


Antônio Lopes Bezerra

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