7 de nov. de 2025

Contos e Encantos: Universo Juvenil

Contos e Encantos: Universo Juvenil: Universo juvenil , com suas dinâmicas envolventes e desafios constantes, assemelha-se a um imenso observatório em contínua transformação. A ...

Universo Juvenil


Universo juvenil
, com suas dinâmicas envolventes e desafios constantes, assemelha-se a um imenso observatório em contínua transformação. A cada momento, novas variáveis emergem, exigindo de todos nós uma combinação de conhecimentos teóricos e práticos, sempre atualizados e aplicados com eficiência. Esse cenário demanda respostas que promovam transformações significativas, definam novos rumos e fortaleçam relações sociais modernas e funcionais, alinhadas às exigências do presente.

A adolescência e o início da vida adulta representam uma fase sensível e complexa, que demanda atenção integral. Nesse contexto, é essencial que família e Estado atuem de forma conjunta, promovendo a construção de novos valores sem violar os princípios legais. Essa colaboração contínua contribui para o fortalecimento das relações interpessoais e para a formação de indivíduos conscientes, preparados para os desafios da vida moderna.

Paulo Freire, um dos maiores ícones da educação, afirmou em uma de suas célebres citações: “A educação não transforma o mundo. A educação muda as pessoas. Pessoas transformam o mundo.” Essa reflexão destaca o papel essencial da educação na formação de sujeitos capazes de promover mudanças sociais.

De forma complementar, o renomado psicólogo suíço Jean Piaget, conhecido por suas contribuições ao entendimento do desenvolvimento infantil, enfatizou que “para que a educação seja eficaz e significativa, é fundamental respeitar o tempo e o ritmo de cada criança.” Ambas as visões reforçam a importância de uma educação humanizada, que valorize o indivíduo em seu processo único de aprendizagem e transformação.

A relação entre famílias e educadores desempenha um papel essencial no universo juvenil. Essa parceria fortalece o desenvolvimento integral das crianças, criando um ambiente propício a descobertas, aprendizagens e novas oportunidades. Afinal, a juventude é uma fase em constante construção tão fascinante quanto desafiadora, que exige apoio, escuta e ações conjuntas para florescer plenamente.

Refletir sobre as características e potencialidades dos jovens é um passo decisivo na construção de uma educação significativa. Compreender que ensinar é, também, um ato de aprender e permitir que educadores desenvolvam, junto aos alunos, conceitos humanizados e respeitosos. A orientação deve acontecer sem a pretensão de moldar personalidades, pois cada indivíduo é único, e suas diferenças fazem parte de um processo singular de formação. Valorizar essas individualidades é essencial para uma educação que transforma com sensibilidade e consciência.

Sobre entender e aprender, compartilho uma experiência pessoal. Meu netinho, com apenas 8 anos, assistia a um vídeo sobre montagem de LEGO. O youtuber falava de forma acelerada, quase como se o vídeo estivesse em velocidade dupla, e eu, sem pensar muito, comentei: “Que voz horrível!”. Imediatamente, ele me respondeu com firmeza: “Qual o problema? A voz dele é assim, e cada um é de um jeito.” Segurando as lágrimas, ele saiu do vídeo.

Na mesma hora, percebi meu erro. Disse a ele: “Você está certo, pode continuar assistindo.” E ele, com um sorriso sincero, respondeu: “Eu entendo o que ele está falando.” Fiquei profundamente orgulhoso. Para muitos, especialmente avôs mais conservadores, essa reação poderia parecer uma afronta. Mas para mim, foi motivo de alegria ver nele uma personalidade forte, capaz de defender o estilo do rapaz e reconhecer a diversidade.

Logo eu, que sempre me considerei um defensor das diferenças, fui surpreendido por uma criança que já compreende, com clareza, o valor da empatia e do respeito. Admiti meu comentário infeliz, reconduzi o diálogo a um nível mais sensato e percebi que algo havia mudado em mim. Precisamos orientar, educar e, acima de tudo, ouvir o mundo juvenil. Meu netinho, com apenas 8 anos, já sabe que conviver com as diferenças é essencial.


"O conhecimento é um farol na escuridão"

4 de nov. de 2025

Contos e Encantos: Estrela Guia

Contos e Encantos: Estrela Guia:   Estrela guia ,  radiante e iluminada, carrega consigo aquilo que tanto buscamos na vida: a luz. Porém, é preciso lembrar que até no vasto ...

Estrela Guia

 


Estrela guia, radiante e iluminada, carrega consigo aquilo que tanto buscamos na vida: a luz. Porém, é preciso lembrar que até no vasto universo, nuvens densas se formam, e por instantes podem ocultar o brilho da estrela.

Nossas vidas seguem esse mesmo ritmo. Há momentos em que nosso fulgor é tão intenso que chega a ofuscar quem está ao redor. Mas não se trata de brilho eterno, também somos alcançados por nuvens, sejam elas passageiras ou persistentes.

Quando a escuridão nos visita, a prudência se torna essencial. Caminhar sem luz torna nossos passos incertos, e o destino, nebuloso.

Segundo o relato de Gênesis, antes só existia trevas, foi então que o Criador trouxe à existência a luz. Curiosamente, o texto não menciona que Ele tenha eliminado a escuridão, talvez porque compreendesse profundamente a natureza imperfeita do ser humano.

Afinal, é muitas vezes por meio da ausência, da perda ou da dor que aprendemos a valorizar e escolher o que é certo. E fazer a escolha certa não é apenas uma questão de aparência ou intenção é um desafio que exige coragem para ser e parecer, mesmo quando o caminho está envolto em sombras.

O dia e a noite seguem distintos, mas entrelaçados como nossas próprias incertezas. Nada é por acaso, pois o acaso não rege o universo. Há sempre uma razão, mesmo quando não a enxergamos. Assim como Gaspar, Belchior e Baltazar, que confiaram na estrela e, guiados por sua luz, chegaram ao encontro do Messias, também nós precisamos de direção.

Seja essa história literal ou simbólica, sua essência permanece: a estrela guia representa aquilo que nos orienta em meio à escuridão. E todos nós em algum momento, precisamos de luz e de um destino que nos faça seguir em frente. A vida é como uma criança na roda-gigante. Cada subida pode trazer euforia, e na descida, um frio desconfortável. Entre o encanto e o desconforto, é a experiência que ensina: só vivendo é que se descobre se vale a pena continuar girando ou se é hora de buscar outro brinquedo no parque da existência.

A estrela guia permanece firme iluminando o caminho, mas às vezes nos perdemos, não por falta de luz, e sim por ausência de sabedoria para esperar que as nuvens se dissipem. Na pressa, caminhamos na escuridão, acreditando que nosso brilho basta. Mas somos apenas vagalumes diante das vastas constelações. E para seguir com segurança, precisamos mais do que luz própria: precisamos de orientação, paciência e sabedoria.


"O conhecimento é um farol na escuridão"

28 de out. de 2025

Contos e Encantos: O Implacável Tempo

Contos e Encantos: O Implacável Tempo:   O implacável tempo, com suas marcas silenciosas e imparáveis, não poupou nem mesmo o querido Jupi , o cachorro da fazenda. Antes cheio de ...

O Implacável Tempo

 


O implacável tempo, com suas marcas silenciosas e imparáveis, não poupou nem mesmo o querido Jupi, o cachorro da fazenda. Antes cheio de energia, correndo pelos campos e sempre pronto para uma brincadeira, agora se mostra sonolento, com a cabeça repousada sobre as patas, passando os dias em longos cochilos. Quando alguém o chama, limita-se a lançar um olhar distante, sem muito entusiasmo.

Durante as férias, um menino que costumava visitar os avós na fazenda, e havia criado um laço especial com jupi. Eles eram inseparáveis. Mas agora, o garoto não compreendia o que havia mudado.

— Papai, o Jupi não quer mais brincar comigo...  disse com os olhos marejados. No ano passado, eu jogava a bolinha de tênis e ele corria para buscar, não importava quantas vezes eu jogasse. Agora parece que ele não gosta mais de mim... Até o osso que eu dei, ele escondeu debaixo do travesseiro no sofá...

O menino chorava, tomado pela tristeza, acreditando que Jupi havia deixado de amá-lo ou pior, que nem se lembrava mais de quem ele era. — Calma, meu filho… O Jupi ainda gosta de você, sim. Mas o tempo não passa só para nós ele também toca os animais. O Jupi está ficando velhinho, e alguns sinais mostram que ele pode estar com demência. Olhe para o seu avô ali na cadeira de balanço… aquele olhar perdido, como se estivesse preso a lembranças de um tempo que já foi, com pouca vontade de olhar para o amanhã. Isso é o tempo, filho. Ele transforma tudo, até os que mais amamos.

— Vá lá, chama o Jupi para brincar, disse o pai com um sorriso gentil.

O menino respirou fundo, enxugou as lágrimas e se aproximou do velho companheiro. Chamou seu nome com carinho. Jupi, como se despertasse de um sonho antigo, ergueu-se com esforço, apoiou as patas dianteiras nos ombros do garoto e lhe deu uma lambida carinhosa na orelha.

O menino riu, contagiado pela alegria do reencontro, e saiu correndo pelo quintal. Jupi, como nos tempos de outrora, correu atrás dele com o mesmo entusiasmo de quando eram inseparáveis, dois amigos, unidos pelo afeto que nem o tempo conseguiu apagar.

Depois de alguns minutos correndo e brincando, Jupi se afastou lentamente, escolheu a sombra de uma árvore e ali repousou. Deitou-se com a cabeça sobre as patas e, em pouco tempo, adormeceu. O menino, ainda animado, correu em sua direção, mas foi interrompido pela voz serena do pai:

— Agora é hora de respeitar o descanso dele, filho. O tempo muda tudo… e o hoje já não é mais o mesmo ontem. Vá brincar com o vovô.

O garoto se aproximou do avô, que balançava suavemente na cadeira de madeira. Com um sorriso tímido, perguntou:

— Vovô, vamos brincar?

O senhor olhou para ele com ternura, mas com confusão nos olhos:

— Vamos… Mas quem é você?

O menino, tomado pela tristeza, voltou a chorar e disse ao pai:

— Papai… o vovô está com a mesma doença do Jupi…

O avô, percebendo a dor do neto, o envolveu num abraço caloroso e riu com carinho:

— Não chore, meu pequeno. Ainda posso te contar histórias malucas, daquelas que só nós entendemos. E mesmo que um dia o tempo me leve a esquecer quem você é… seja paciente comigo. Por tudo que já vivemos, por tudo que ainda mora no meu coração.

É preciso compreender a força devastadora do tempo, ele pode, sim, nos fazer esquecer rostos, nomes, até histórias inteiras. Mas o que jamais pode ser apagado é a essência do amor. Entre o ontem, o hoje e o amanhã, há sempre o tempo, implacável em sua marcha.

Aceitar que somos vulneráveis às suas ações é um passo difícil, mas necessário. E é justamente esse entendimento que nos convida a nos reinventar, a buscar novas formas de lidar com os impactos da demência e da perda. Que nunca nos falte coragem para enfrentar o que vem, nem amor para sustentar o que permanece.


"O conhecimento é um farol na escuridão"



26 de out. de 2025

Contos e Encantos: Empatia e Rejeição

Contos e Encantos: Empatia e Rejeição: Empatia e Rejeição, gêmeas nascidas em um vilarejo modesto onde a vida pulsava na interdependência, receberam seus nomes antes mesmo de apre...

Empatia e Rejeição


Empatia e Rejeição, gêmeas nascidas em um vilarejo modesto onde a vida pulsava na interdependência, receberam seus nomes antes mesmo de aprenderem a falar. Desde o berço, já revelavam contrastes: Empatia sorria com facilidade, enquanto Rejeição, arredia, aceitava apenas o seio esquerdo da mãe o direito, jamais. Chorava, fazia caretas, se debatia com veemência, rejeitando-o a ponto de nem lançar um olhar.

Com o passar dos anos, chegaram à escola. E como era de se esperar, os traços se mantiveram: Empatia colecionava amizades com naturalidade; Rejeição, sempre alerta, mantinha distância. Num passeio escolar à floresta, onde havia uma pequena cabana, o contraste se fez ainda mais evidente. Rejeição recusava-se a entrar, desconfiada e retraída, enquanto Empatia aguardava com brilho nos olhos a sua vez de explorar o lugar.

Contudo, a visita à cabana valia pontos preciosos para a nota final, e Rejeição, contrariada, entrou apenas para cumprir o protocolo. No interior simples, uma parede exibia um quadro de moldura rústica feita de barro. Acima dele, uma inscrição chamava atenção: Toque no quadro. Curiosa, embora desconfiada, Rejeição estendeu a mão. Assim que seus dedos tocaram a superfície, surgiu a imagem de um gato encantador. Ela franziu o rosto e murmurou com desdém: “Odeio gatos.” No mesmo instante, como se o quadro tivesse vida própria, foi sugada para dentro da imagem.

Quando abriu os olhos, estava em uma sala cercada por cães de todas as raças grandes, pequenos, peludos, esbeltos e a maioria exibia os dentes brancos em sorrisos que mais pareciam rosnados. Então, uma voz suave ecoou no ar, como se viesse de dentro da própria sala: Aquele por quem você nutre tanto afeto... parece não acolher você da mesma forma.

Os cães, antes imponentes e silenciosos, se retiraram como se obedecessem a um comando invisível. Logo em seguida, uma multidão de gatos entrou no ambiente. Felinos de todos os tipos olhos brilhantes, passos leves, caudas felpudas se aproximaram de Rejeição, roçando delicadamente suas pernas, como se quisessem dizer: aqui, você é aceita. A voz voltou a ecoar, envolta em bruma e sabedoria: A vida e seus segredos, minha jovem, a vida é feita de segredos que só se revelam a quem ousa sentir.

Rejeição foi devolvida ao pátio da cabana, como quem desperta de um sonho estranho. Em seguida, Empatia cruzou a porta com passos leves e olhos curiosos. Ao se deparar com o quadro de moldura de barro, sorriu e disse com ternura: Vou tocar em você, e desejo que me leve a um lugar especial.

E assim foi. Num piscar de olhos, Empatia foi conduzida à Sala dos Sentimentos, um espaço etéreo onde nem mesmo os mais sábios ousavam decifrar os mistérios que ali habitavam. Era o lugar onde o amor e o ódio caminhavam lado a lado, como irmãos que se entendem sem palavras. Ali, não havia explicação para o ódio dirigido a quem jamais feriu, nem lógica que justificasse o desprezo sem causa.

Naquele ambiente, uma verdade pairava no ar como perfume sutil: o amar é um princípio essencial da vida e compreender isso é um passo para entender a si mesmo..


"O conhecimento é um farol na escuridão"


23 de out. de 2025

Contos e Encantos: Os Fantasmas do Passado

Contos e Encantos: Os Fantasmas do Passado:   Os fantasmas do passado seguem vivas e influentes em nossas jornadas. Como um GPS preciso e sofisticado, elas jamais erram o destino, e en...

Os Fantasmas do Passado

 


Os fantasmas do passado seguem vivos e influentes em nossas jornadas. Como um GPS preciso e sofisticado, eles jamais erram o destino, e encurtam o trajeto entre nós e o que chamamos de sentido da vida. Têm tamanha força que permanecem ocultas por longos períodos, disfarçados na rotina. Mas quando emergem, tomam as rédeas com autoridade: conhecem nossas vulnerabilidades, sabem exatamente quando estamos frágeis. E nesse momento, nos roubam a essência, deixando apenas uma aparência um reflexo distorcido, que torna tudo ainda mais nebuloso.

No entanto, é fundamental perceber com lucidez as transformações em nosso comportamento, evitando cair em uma dependência absoluta. Não se trata de traçar planos rígidos para o futuro, mas sim, de cultivar a sensibilidade necessária para reconhecer e acolher os sinais que a mente e o corpo constantemente emitem verdadeiros alertas que pedem atenção, cuidado e, muitas vezes, ajuda.

Na juventude, confiamos cegamente em nossa força, acreditando ter energia suficiente para esmagar qualquer obstáculo. É aí que reside o perigo. Os fantasmas do passado são pacientes e conhecem bem as falhas humanas. Recolhem-se em silêncio, aguardando o momento em que estamos sem tempo, sem vigor, e sem reação. E quando retornam, vêm em enxames, alguns tão antigos quanto familiares, outros tão inesperados que parecem novos. Mas estamos frágeis, e lutamos como podemos de um jeito estranho, incompreensível para quem conhecia nosso modo habitual de ser.

O ideal é enfrentar os fantasmas do passado, vencê-los, ou deixá-los para trás de uma vez por todas. Fingir felicidade apenas para disfarçar a fragilidade é, na verdade, uma das maiores fraquezas, e pode nos despedaçar quando menos esperarmos. Precisamos lutar, erguer a voz, buscar alianças que nos fortaleçam. Conviver com o inimigo interno é uma das atitudes mais absurdas que podemos tomar.

O tempo de viver para agradar já passou. É hora de pensar em nós mesmos, de ter coragem para defender nossas prioridades. E quando a velhice chegar, que ao menos esse gesto o de termos vivido com autenticidade e sem submissões extremas nos sirva de consolo e orgulho.

A verdade é que esses fantasmas do passado nos rastreiam com assustadora precisão, como se tivessem lançado um satélite em órbita e implantado um chip de localização em cada um de nós. Eles nunca erram o caminho, e o mais inquietante: envolvem também quem está ao nosso redor, como se operassem numa rede invisível e compartilhada.

Diante dessa realidade, é impossível ignorar que muitos comportamentos estranhos podem ser manifestações dessas forças ocultas, verdadeiros vampiros do tempo que drenam nossa energia e distorcem nossa percepção. Por isso, além de estender a mão ao outro, é essencial manter o alerta aceso sobre nossa própria vida, reconhecendo os sinais e protegendo o que ainda pulsa com autenticidade dentro de nós.


"O conhecimento é um farol na escuridão"

11 de out. de 2025

Contos e Encantos: Universo Juvenil

Contos e Encantos: Universo Juvenil : Universo juvenil , com suas dinâmicas envolventes e desafios constantes, assemelha-se a um imenso obse...