Contos e Encantos
11 de out. de 2025
Contos e Encantos: Meu Amigo Ben: Um Presente do Universo
Meu Amigo Ben: Um Presente do Universo
Em 2017, o universo me desafiou a me reinventar para continuar vivendo. Março levou minha filha para as estrelas, e em setembro, como um raio de esperança, nasceu meu primeiro neto. Entre lágrimas e sorrisos, sigo trilhando minha trajetória incerta, guiado por afetos e memórias.
Benjamim Bezerra Braz, o Ben, como é carinhosamente chamado, hoje é daqueles amigos raros, presentes em todas as horas. Inteligente, comunicativo, humano e autêntico, ele se destaca como um sopro de sensibilidade em uma geração quase automatizada. Filho de pais educadores e modernos, carrega em si a promessa de formar um ser humano íntegro, atento e diferente dos descasos que infelizmente ainda vemos em tantas histórias. Ben é luz, é ponte, é afeto em movimento.
Ben é criança; e como toda criança, precisa viver intensamente sua infância, para que um dia possa recordar com alegria os dias mágicos da meninice. Na minha época, os brinquedos eram simples, mas cheios de encanto: carrinhos de lata, petecas, bolas de meia… A imaginação fazia o resto. Curiosamente, foi só depois de adulto que aprendi a gostar dos desenhos animados: Careta e Mutreta, Pica-Pau, Tom & Jerry, Caverna do Dragão… e tantos outros que ainda me fazem sorrir.
Meu amigo Ben tem gostos mais modernos e refinados. Encanta-se com Patrulha Canina, Peppa Pig, Masha e o Urso, Godzilla, é apaixonado por dinossauros e vive aventuras em "99 Noites na Floresta", no universo do Roblox. Sem faltar o o ouriço mais famoso do mundo(Sonic).
Mas a diversão não para por aí. Temos nossa própria "sessão da tarde", recheada de histórias malucas que o vovô inventa na hora de dormir, cada uma mais engraçada que a outra. E claro, não pode faltar a famosa sessão de cócegas, que batizamos carinhosamente de fuzilança. Entre uma gargalhada e outra, aproveito para semear pequenas lições de vida, porque brincar também é ensinar e amar.
Alguns momentos se eternizaram em mim — como o primeiro conto que inventei para acalmar seu choro: O Lobo da Canela Seca. Depois veio a canção do Castelo das Borboletas Encantadas, que ainda ecoa em nossas memórias. Tomar banho de chuva no quintal da Biza, sua avó materna, estourar bolhas nas marolas da Praia da Baleia, em Itapipoca, nossos passeios a tarde para visitar a canoa e o sapo no açude poço verde, são tantas lembranças que eu levaria uma vida inteira para contar.
Mas há algo que não cabe em palavras: o amor que sinto por você. Impossível medir, impossível conter. Você me faz bem de um jeito que só os grandes afetos sabem fazer. Na vida, precisamos de amigos e eu tive, tenho, sou grato. Sou uma pessoa de sorte.
Ben, que o universo seja sempre seu aliado, que o amor nunca te falte, e que você nunca deixe de amar. Eu? Me divido entre o céu e a terra, entre o que fui e o que sou, e agradeço profundamente por ter sido escolhido para ser seu amigo aqui, agora, e muito além daqui.
Amo você, meu pequeno e imenso amigo. 💙
"O conhecimento é um farol na escuridão"
9 de out. de 2025
Contos e Encantos: A Árvore Falante e o Tesouro Escondido
A Árvore Falante e o Tesouro Escondido
Há centenas de anos, em uma floresta encantada, vivia uma árvore falante de idade tão avançada que suas raízes repousavam nos leitos de rios e lagos, como berços naturais para criaturas mágicas. Tamanha era sua antiguidade que os seres encantadores a reverenciavam como guardiã da floresta.
Certo dia, um caçador de esmeraldas mergulhou nas águas cristalinas e, ao explorar o fundo arenoso, encontrou uma pedra reluzente incrustada em uma raiz antiga. Com destreza, começou a cortá-la, tentando extrair o que parecia ser uma joia preciosa.
Mas a árvore, despertando de seu silêncio ancestral, sugou a pedra e o caçador junto com ela para o seu âmago profundo. Quando a sucção cessou, o caçador abriu os olhos e se viu rodeado por um tesouro imensurável, reluzente como nunca antes imaginado.
Desesperado em busca de uma saída, o caçador começou a golpear a árvore com fúria. Num instante, ela reagiu com voz firme e triste:
Que mal lhe fiz? Você procurava uma pedra, e eu lhe ofereci muitas. E agora, me fere?
Aquelas palavras ecoaram como trovões em sua mente. Tomado pelo pavor, o homem hesitou. Para se convencer de que não estava enlouquecendo, ergueu o facão e golpeou novamente algumas resinas que escorriam pelas entranhas da árvore, como se quisesse provar que tudo aquilo era real.
A árvore, com voz serena e sábia, fez outra pergunta:
— Para que tanta riqueza, se você ignora a passagem do tempo? Aprenda a viver, a saborear os dias enquanto ainda pode.
O caçador, tomado pela arrogância, retrucou:
— Você, um simples vegetal, quer me ensinar a viver? Eu sou livre, sou aventureiro! Você está enterrada, exposta ao sol e à chuva, sem rumo, sem sonhos.
A árvore soltou uma gargalhada tão profunda que fez todas as pedras ao redor vibrarem. Então comentou:
— Pobre homem... conheceu seu avô?
— Não... Mas o que ele tem a ver com isso?
— Olhe no espelho azul e veja parte da vida dele.
O caçador se aproximou, curioso. Ao encarar o espelho, viu refletido um jovem cheio de vigor, cavando a terra com entusiasmo. Cortava galhos frondosos e os amarrava ao caule da árvore, construindo uma barraca rústica. Colhia frutos com cuidado, separava os melhores e lançava os demais ao rio, como se alimentasse a correnteza com generosidade.
O tempo seguiu seu curso, e aquele jovem vigoroso foi perdendo a força, até que a demência o envolveu como névoa. Já não construía com precisão quebrava galhos ao acaso, amarrava os punhos da rede diretamente ao chão, como se tentasse prender o tempo. Sem energia, qualquer fruto que caía ao seu alcance tornava-se um presente raro.
Alimentei-o até seu último suspiro.
Infeliz, pensou tanto nos outros que esqueceu de cuidar de si mesmo. Mas, mesmo assim, ele ainda tinha a mim.
E quantos chegam à velhice sem ninguém por perto... sem sequer um sorriso para aquecer os dias finais.
— Vou devolvê-lo ao leito, cercado por pedras preciosas. A escolha será sua: ignorar a vida ou vivê-la enquanto ainda pulsa em você.
Dou apenas um conselho simples, mas valioso: conheça seus limites. Não se desgaste além do necessário, pois o tempo cobra... e cobra caro.
Seja grato. A tudo, e se possível, a todos. E não se esqueça da natureza, que silenciosamente oferece sombra, frutos e abrigo.
Assim, quando a velhice chegar, não estará sozinho. Os gestos que compartilhou, os momentos que cultivou, serão sua companhia.
As sombras e os frutos que ofereci fizeram de mim uma parceira do tempo. Que você também encontre esse papel não apenas como alguém que vive, mas como alguém que deixa raízes.
Não sabemos qual caminho ele escolheu. Mas a possibilidade de que ele possa ser qualquer um de nós nos convida a viver com mais consciência — amando, compartilhando e deixando de lado a ansiedade pelo futuro.
O tempo, com suas cortinas invisíveis, se abre e se fecha segundo sua própria vontade. E nós, ainda engatinhando no entendimento do que está por vir, seguimos tentando decifrar os mistérios que ele guarda.
"O conhecimento é um farol na escuridão"
5 de out. de 2025
Contos e Encantos: O MelhorLugar do Mundo
O Melhor Lugar do Mundo
O melhor lugar do mundo nem sempre está entre paisagens paradisíacas ou no topo de arranha-céus imponentes. Muitas vezes, ele se revela nos momentos simples, ao lado de quem nos ama e de quem amamos. A felicidade, por vezes, se esconde justamente naquilo que deixamos de notar porque, ao buscá-la longe, esquecemos de olhar perto. E é nessa distração que nos perdemos, correndo atrás de sonhos distantes, enquanto o essencial repousa ao alcance dos olhos e do coração.
Para a maioria, a vida não é breve. O que acontece é que muitos atravessam seus dias sem perceber a preciosidade dos instantes que lhes são dados. E, quando a cortina do tempo começa a se fechar, surge a amarga pergunta: por que a vida pareceu tão ingrata? Quando nos deparamos com a realidade, percebemos que as coisas não são exatamente como imaginamos. É verdade que existem diferentes mundos, mas nem sempre dispomos do conhecimento necessário para compreender plenamente tais diferenças.
Talvez o melhor lugar do mundo esteja na simplicidade: viver sem alimentar expectativas desmedidas e, sobretudo, permanecer fiéis ao que realmente somos. Afinal, quando deixamos de viver nossa essência para vestir personagens estranhos e distantes de nossos pensamentos e sentimentos, nos afastamos da verdadeira paz interior.
Tendo a consciência de que nada é permanente, precisamos cultivar a esperança e acreditar nas possibilidades de viver intensamente aquilo que julgamos essencial. O desafio é que, muitas vezes, acreditamos conhecer nossas verdadeiras prioridades, mas acabamos nos iludindo e mergulhando em mundos fantasiosos que nos afastam do que realmente importa.
Enfim, enquanto temos a chance de buscar, o mais sábio é cultivar conhecimento para viver plenamente cada instante e aprender a conduzi-los com equilíbrio. Assim, podemos descobrir que o melhor lugar do mundo não está fora, mas sim no universo que habita dentro de nós.
"O conhecimento é um farol na escuridão"
18 de set. de 2025
Contos e Encantos: Dragão Faminto
Dragão Faminto
O Dragão Faminto representa o desejo insaciável pelo poder uma força ancestral que continua agindo com a mesma ferocidade dos primórdios. Desde as invasões bárbaras, ou talvez muito antes disso, a sede por conquista baseada na força e dominação segue viva. Algumas nações ainda avançam conforme seus próprios interesses, ignorando os estragos que deixam pelo caminho sejam eles sobre potências ou sobre pessoas. Esse dragão não dorme. Ele continua faminto.
Nosso mundo virou secundário. A prioridade passou a ser o mundo dos outros. Muitos de nós deixamos de cuidar do próprio universo interior para tentar administrar realidades alheias, sem qualquer consciência da profundidade ou da gravidade disso. “Se eu fosse você...”uma frase tão repetida que já perdeu o impacto, especialmente para quem vive a dor de ter sua vida invadida. Qual é o tamanho do ego que sustenta essa prática? E até quando esse desejo de controle será visto como algo natural?
Somos constelações únicas. Tentar governar a vida de outra pessoa é um desequilíbrio profundo. Mas por que isso acontece com tanta frequência? A resposta mais próxima da verdade está nos traumas que cada um carrega vastos, silenciosos, e muitas vezes assustadores. Mesmo quando essa invasão acontece de forma involuntária, ela ainda causa danos. Saber que tudo é passageiro pode trazer algum alívio, mas é preciso lembrar: a história permanece. Ela é uma página viva na literatura do universo.
Pensar é um ato revolucionário. Quando finalmente aprendemos a pensar com profundidade, sentimos o peso das dores que causamos aos outros. É possível — e necessário — reciclar nosso próprio lixo emocional, limpar os cantos escuros da alma e permitir que cada pessoa tenha liberdade para conduzir sua própria existência.
O desejo desmedido de ter ou de ser está devorando nossos valores mais essenciais, transformando-nos em um gigantesco dragão faminto. A desigualdade é um monstro silencioso que habita entre nós: poucos acumulam muito, enquanto muitos sobrevivem com quase nada. Explicar essa realidade é um desafio, e mesmo diante de inúmeras teorias, para a maioria continua sendo um mistério doloroso.
Se não podemos mudar o mundo inteiro, que tal começarmos por nós mesmos? Transformar dor em esperança é uma ideia tão antiga quanto as próprias feridas da humanidade. Hoje, o sucesso parece estar em ser diferente então sejamos essa diferença. Respeitemos o universo dos outros, cuidemos do nosso próprio mundo, e deixemos de lado essa obsessão de querer ser o outro. Afinal, o “se” nunca será uma afirmação — é apenas uma sombra do que poderia ter sido.
Se não podemos mudar o mundo inteiro, que tal começarmos por nós mesmos? Transformar dor em esperança é uma ideia tão antiga quanto as próprias feridas da humanidade. Hoje, o sucesso parece estar em ser diferente então sejamos essa diferença. Respeitemos o universo dos outros, cuidemos do nosso próprio mundo, e deixemos de lado essa obsessão de querer ser o outro. Afinal, o “se” nunca será uma afirmação é apenas uma sombra do que poderia ter sido.
"O conhecimento é um farol na escuridão"
14 de set. de 2025
Contos e Encantos: Ontem, Hoje, e Depois
Ontem, Hoje, e Depois
Ontem, hoje e depois, nessa trilogia onde o tempo assume o papel principal, cabe a nós observar com atenção o breve intervalo da nossa atuação. Reconhecer que somos apenas coadjuvantes nesse extenso roteiro talvez seja a conclusão mais sensata e menos contestada. Afinal, seguimos em cena com script inalterado e sem qualquer proteção, expostos à trama como ela é. E por isso, não há espaço para comparações ou julgamentos apenas a aceitação do nosso papel passageiro, com minutagem indefinida.
É sempre bom lembrar que, na maior parte do tempo, somos ingratos e esquecidos. Reclamamos dos dias difíceis com fervor, mas quase nunca reconhecemos as inúmeras alegrias que nos foram generosamente ofertadas. Nesta imensa roda-gigante chamada tempo, a euforia da ascensão e o receio da queda compõem o delicado equilíbrio que sustenta nossa existência. Viver, afinal, é aceitar esse movimento constante entre o alto e o baixo, entre o medo e o encanto.
Aprender a dosar as lágrimas e permitir que elas caiam no instante certo é também aprender a celebrar a alegria com a mesma consciência de que tudo é passageiro. Essa sábia estratégia nos convida a viver com mais esperança, pois se nada dura para sempre, o sofrimento compartilha o mesmo espaço da felicidade, ambos transitam por nós em tempos distintos, já marcados e inevitáveis.
Se o ontem já nos trouxe incertezas sobre o amanhã, recheado de desafios e sonhos, por que então temer ou ignorar os obstáculos que surgem no presente? Viver plenamente cada instante é mais do que uma escolha: é uma definição de lucidez e simplicidade. Afinal, a vida se revela no agora, e encará-la com coragem é o caminho mais honesto para honrar tudo o que fomos, somos e ainda seremos.
O hoje pode se apresentar sereno ou turbulento. Em certos momentos, o medo nos visita, seguido pelas condenações que impomos a nós mesmos por decisões passadas. Há também a dor de viver aquilo que jamais imaginamos, situações que escaparam dos nossos planos. Mas... que planos? Já falamos sobre isso: somos personagens de um roteiro com final escrito, alheio às nossas vontades. Um enredo predeterminado, imutável, onde o controle é apenas uma ilusão que nos conforta.
Quanto ao amanhã, confie ao tempo. Viva o hoje com presença e coragem. Resgate do passado aquilo que já te fez bem, e tente aplicar com sabedoria, sabendo que, com o passar dos anos, nem tudo que funcionou antes se encaixa no agora. E mesmo que o presente traga seus desafios, não se esqueça de cantar, sorrir e entregar ao tempo o cuidado com o que ainda está por vir. Porque viver é isso: um ato de fé entre o que já foi, o que é, e o que será.
"O conhecimento é um farol na escuridão"
18 de ago. de 2025
Contos e Encantos: Estrelas Arianas
Contos e Encantos: Meu Amigo Ben: Um Presente do Universo
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